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Texto: Xo_oX
Fotografias: Xo_oX
07 de
Outubro de 2008 |
Passeio pelo Gerês
21.09.2008

Possivelmente já ninguém se lembra, mas
quando realizámos o concurso Postal Ilustrado de Brunhoso, o
primeiro prémio era um fim-de-semana no Gerês. Estou a falar nisso,
dois anos depois, porque só agora houve disponibilidade para gozar
de tão apreciadas paisagens.
Quem ofereceu esse prémio foi a empresa
Javsport, na pessoa do nosso apreciado amigo Zé Magalhães.
Apesar de me mandar o calendário de todas as actividades que tem
realizado por correio electrónico , a do dia 21 de Setembro,
despertou-me o apetite.
Tratava-se de uma caminhada pelas montanhas
do Gerês.

Não conhecia praticamente
nada do Gerês, e, dada a minha ligação filial à natureza, a
expectativa era muita. Ainda mais
porque combinámos participar toda a família incluindo o António, com
9
anos de idade.
No Sábado, dia 20, partimos para o Gerês. Não é fácil lá chegar, mas
eu sou daqueles que gosta de viajar com calma. O percurso por
Mirandela, Valpaços, Chaves não tem história, mas depois de
passarmos perto de Boticas, começámos realmente a aperceber-nos do
que nos esperava.
Descemos
ao longo do rio Rabagão já cientes de que estávamos a grande
altitude, no Gerês, mas geograficamente estávamos apenas em
Trás-os-montes, que são assim mesmo, montes.

Quando finalmente o Rabagão
encontra o Cávado, abre-se aos nossos olhos a verdadeira
montanha, esplêndida, imponente e assustadora.
Atravessámos o rio na Barragem
de Salamonde e subimos à pequena aldeia de Fafião.
Depois de acertarmos o
alojamento, pois íamos dormir nessa aldeia, no Retiro do Gerês,
aproveitámos as últimas horas do dia para fazer um passeio de
reconhecimento. Impressionante como no meio de tanta
humildade, pobreza até, as pessoas são tão afáveis e simpáticas!
Nada de olhares desconfiados, nada de encerrar as portas das casas
que parecem saídas de um filme antigo, a preto e branco! No seu
vaivém diário do trabalho do campo, no maneio dos animais, sorriem
de forma acolhedora.

De repente, começou a chover.
Regressámos à residencial para o jantar com preocupação sobre o
estado do tempo no dia seguinte.
Mal acordei, saltei da cama e abria a janela. Estava tudo cor de
chumbo e prata, com nuvens brancas que subiam as montanhas
vindas do fundo do vale onde passaram a noite. Os chocalhos das
vacas que se dirigiam para o
pasto fizeram-me vestir à pressa. Não queria perder pitada do meu
primeiro dia no Gerês.
Depois de um pequeno almoço à pressa,
saí de novo pela aldeia que acordava de uma noite húmida.
Havia muitas galinhas pela rua e corria água por todo o lado. Os
espigueiros foram os principais alvos da minha atenção.

Pelas dez horas chegou o Zé (com outro Zé!).
Pouco a pouco chegaram os restantes, os que não tiveram medo do estado
do tempo.
Mochilas às costas, e ala, que se faz
tarde. A primeira surpresa aconteceu logo ali, a poucos metros da
aldeia. Estava à espera de tons outonais, mas afinal a montanha
estava vestida de verde, povoado de flores amarelas e roxas, mais
parecia Primavera! Subimos pelo leito de um ribeiro seco, desgastado
num solo granítico pouco duro, com curiosas formações esculpidas.
Só não fiquei horas por ali, para não perder os restantes elementos
de vista, até porque tinha estudado as regras, e não se deve perder
o grupo de vista.

O tempo estava muito húmido e nublado,
mas ninguém sentiu frio. Pouco depois das 11 horas atingimos o ponto
de maior altitude previsto para a caminhada (acima de 800
metros).
As montanhas continuavam a levantar-se acima de nós, convencendo-nos
de que apenas teríamos direito a gozar um cantinho do Gerês.
As expectativas passavam pela observação de garranos, ou quem sabe
alguma cabra selvagem, mas infelizmente não foi possível.
Começámos a descida para o
Vale das Traves, onde corre o
rio de Pincães. Bem me custou abandonar o cume das montanhas,
mas sempre estive preocupado com o estado do tempo. Depois de
chagarmos ao fundo do vale, atravessámos
o pequeno rio, não passava de um ribeirinho. Fizemos uma pausa para
comer alguma coisa. Como sabe bem comer na montanha!

Descemos depois por caminhos rurais até
ao povoado de Pincães, onde chegámos perto da uma da tarde.
Procurámos um lugar agradável para o almoço. O espaço escolhido era
encantador. Uma mata de medronheiros que me pareceram ser
centenários dadas as dimensões arbóreas que tinham. Havia mesmo
mesas em madeira, à sombra de um enorme carvalho! Descarregámos as
mochilas. Como trasmontanos, de Brunhoso, não faltou o
presunto, os rissóis, bolinhos de bacalhau, iogurtes, fruta, em contraste com os frutos secos e a fruta dos
nossos colegas de caminhada, mais preocupados com a linha. Faltou o
vinho!

Depois de almoço voltámos à caminhada.
Em passo lento, pois o cansaço já se fazia sentir, voltámos a
subir a serra até perto dos 600 metros de altitude. Viam-se ao longe
as fragas altas, Roca das Cabreiras, a mais de 820 metros de
altitude.
O Zé manifestou a vontade de nos dar a
conhecer o parque de desportos radicais da Javsport. Depois
de nos mostrar o campo, desafiou-nos a um percurso mais “radical”,
por carreiros de fazer tremer as pernas, ora passando por debaixo
das rochas, ora trepando para cima delas, sem olhar para trás, para
não sentir fobia. Os garotos riam de troça ao verificarem a nossa
atrapalhação, para não dizer medo, pelas alturas. Estavam em
“terrenos” que lhes agradavam.
Já se via o Fafião. Depois de um último esforço, apanhámos um
caminho que nos levou de volta à aldeia.

Pelas quatro da tarde, iniciámos o
regresso a casa. Na viagem, a opinião era unânime: temos que voltar
ao Gerês.
Obrigado à
Javsport,
obrigado ao Zé Magalhães, obrigado a todos os colegas de caminhada.
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