Comissão
Europeia, presidida por Durão Barroso, considera que a
autorização de construção da barragem, datada do tempo em que
Durão era primeiro-ministro, é uma “infracção”.
A Comissão
Europeia irá abrir um processo de infracção contra o governo
português, por causa deste ter autorizado o projecto de
construção da barragem do Baixo Sabor. A notícia, é veiculada no
JN da passada quarta-feira, que cita uma carta enviada ao
Ministro de Negócios Estrangeiros de Portugal, Diogo Freitas do
Amaral, à qual teve acesso a agência Lusa, em que a Comissão
anunciava essa decisão, através do Comissário do Ambiente,
Stavros Dimas.
Segundo essas informações, a Comissão Europeia concluiu que o
Governo, ao autorizar o projecto da barragem, “faltou às
obrigações que lhe incumbem”, não tendo avaliado adequadamente
as incidências do projecto do ponto de vista da Zona de
Protecção especial “Rios Sabor e Maçãs”. A Comissão dá ao
executivo nacional dois meses para apresentar explicações sobre
essa decisão, após o que poderá enviar o caso ao Tribunal de
Justiça das Comunidades Europeias, no Luxemburgo.
Esta poderá ser a resposta da Comissão a uma queixa apresentada
pela Plataforma Sabor Livre, que integra seis associações
ambientalistas nacionais, que vêm lutando contra a construção de
uma barragem que, há duas décadas, é tida como a alternativa à
barragem do Côa, inviabilizada, não por questões ambientais, mas
por causa das gravuras pré-históricas. Também o Partido
Ecologista os Verdes seguiu o rumo contestatário, logo após a
aprovação, em Junho de 2004 (era então Ministro do Ambiente
Arlindo Cunha), apresentando uma proposta à Comissão Europeia,
através da deputada Heloísa Apolónia, com o objectivo de
inviabilizar o projecto.
Note-se que o decisão de efectivamente construir a barragem do
Sabor surge a 15 de Junho de 2004, pouco antes de Durão Barroso
ter abandonado o Governo da nação, para presidir à Comissão
Europeia (a decisão foi anunciada no fim do mesmo mês).
Entretanto, em Junho do corrente ano, o actual ministro do
ambiente, Nunes Correia, em Vila Nova de Foz Côa, havia dito que
a barragem tinha um problema “inultrapassável”, pelo que todo o
projecto teria de ser reavaliado. As declarações do ministro
caíram mal nos presidentes dos municípios ribeirinhos do Baixo
Sabor, que haviam aplaudido a decisão do anterior Governo de
Barroso.
Ana Preto
Fonte: Mensageiro de Bragança
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