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Casamentos no/do Caneiro

Foi um costume que teve a sua época, acabou. Vamos
recordar o diálogo entre os dois atorreadores, instalados na Fraga
do Caneiro (ponto alto sobranceiro a Brunhoso), munidos com um funil
do vinho (era um rico megafone não o vinho mas sim o funil), cada um
levando consigo alguns amigos para guarda-costas (e mesmo assim não
se livravam de levar algumas pedradas). Os "casamentos" tinham lugar
nas noites de Inverno quando já toda a gente estava em sossego.
Gritavam muito alto pelo que a sua voz era perfeitamente audível em
toda a aldeia.
Vamos então ao diálogo:
-Ó camarada.
-Então que é lá?
-Temos um rico casamento a fazer.
-Um casamento a fazer! Então quem há-se ser?.
-Há-de ser a Maria. A Maria?
-Sim camarada.
-Pois olha que é uma rapariga bem pimpona.
-E quem há-de ser o casório?
-Vai ser o Francisco.
-O Francisco? Pois olha que é um par bem comparado.
-E que lhe havemos dar de dote?
Até aqui os dizeres eram sempre os mesmos. O dote variava conforme
se o "casal" era ou não da simpatia dos atorreadores, pois se fosse
da sua simpatia, o dote oferecido era qualquer coisa de útil, caso
contrário era sempre o mesmo, e reparem que riqueza: Cinquenta mil
carros de m.... para a ventas deles.
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