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Safari fotográfico em volta da Fraga do Poio
23-05-2006

Hoje, com um dia radioso, senti um súbito impulso de fazer um safari fotográfico em volta da Fraga do Poio.

Parti para Brunhoso com a minha BTT na mala do carro disposto a arriscar percorrer as encostas do Sabor de bicicleta. Depois de passar por Sendim, telefonei para Brunhoso e consegui que me emprestassem uma “bicicleta” Yamaha com 125cc. Isso dobrou o meu entusiasmo. Natureza, moto, fotografia, todos os ingredientes necessários para um dia bem passado.

Fiz uma paragem em Mogadouro e comprei algo que comer, o dia ia ser longo. Já estou habituado nos meus passeios de bicicleta a perder a noção do tempo e a demorar um dia quando o passeio devia ser de 2 ou 3 horas.

Parti de Brunhoso pouco antes da hora de almoço. Não estava preocupado com isso. Contava que o posicionamento do sol me seria mais favorável a partir dessa hora. Enfiei o capacete, não fosse o diabo tece-las e parti lentamente recordando sensações já esquecidas há cerca de 15 anos. Logo ao chegar ao Crasto, olhei para trás e parei. A visão de Brunhoso era bonita e comecei a disparar ali mesmo. A minha “cartucheira” estava repleta de pilhas recarregáveis e cartões SD e CompactFlash de memória. A bicicleta tinha as suas vantagens, o silêncio e a facilidade de parar e estacionar.

Quando avistei o Poio larguei a moto no caminho e comecei a descida da encosta em direcção à queda de água do Canelo. Até eu fico admirado como consegui. As rochas deslizavam sob os meus pés e a qualquer momento podia cair pelas ravinas. Sem pressas, consegui chegar exactamente onde a água cai depois de passar pelo Canelo. Ainda há bastante água e tentei enquadrar o Poio e a água que caía mas desisti. Aproveitei para refrescar a cara que já se desfazia em suor e comer a meu já apetecido almoço.

E agora? Desço pelo ribeiro ou tento subir pela encosta por onde desci? Optei pela descida. O percurso é muito difícil. Rochas, silvas, um emaranhado de ramos de todas as espécies. A água só dificultava porque as rochas molhadas parecem vidro.

Encontrei as ruínas de dois moinhos de água. Já pouco existe. A vegetação engoliu tudo. Devia haver um caminho de acesso aos moinhos mas não o consegui descobrir. Abandonei o ribeiro e comecei a subir a encosta de Ferreiros, por amendoais e olivais praticamente abandonados. Quando encontrei o caminho que desce para o Cachão descobri que estava a mais de um quilómetro da moto.

Cheguei junto da moto e arranquei em direcção ao Cachão.  O Sabor ainda tem um caudal considerável, mas onde já não há humidade o erva já secou. Depois de seguir durante algum tempo o rio, em direcção à nascente, cheguei à conclusão que para chegar à Barca teria que o atravessar. O caudal não permite e voltei para trás.

 

 

Encetei a subida e com contentamento verifiquei que estava a subir ao Picão. Nunca aí tinha estado e gostei do que vi. Há uma boa visão para o rio e o mesmo acontece para o Poio. Fiz duas ou três paragens até chegar à corte que está por cima da Fraga do Poio.

Na caminhada à Fraga do Poio tinha-me faltado ir até ao cimo da fraga e foi o que fiz hoje. Sentei-me largos minutos à beira do precipício. Sentia-me um pouco tonto com as alturas mas também fascinado com tudo o que é possível observar daquele ponto.

Depois, procurei vestígios da presença humana no cabeço. O amontoado de rochas é bem visível. Encontrei alguns pedaços de paredes mas fiquei sem saber se têm algo de história ou se se trata de simples safardas.

Já cansado e sedento, picado por silvas e mosquitos, decidi regressar à aldeia não sem antes ter saciado a sede pela corcha que me esperava em Juncais.

Cheguei a Brunhoso já depois das dezoito. Comi uma boa merenda que me serviu de jantar (que sorte) e voltei a casa carregado com os meus troféus do Safari: centenas de fotografias cheias de cor mas infelizmente sem grande parte da emoção que senti neste dia, perdido algures à volta da Fraga do Poio.


Texto e Fotografias:
Xo_oX

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