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Feira do Gorazes
Mogadouro
(15-10-2006)

 

“- 5 Euros cada jogo! O povo até está tolo!”

Foi com esta frase que fui recebido na Feira dos Gorazes em Mogadouro, por entre o cheiro a frutas e hortaliças. Bancas manchadas de cores e de cheiros repletas de cebolas, figos secos, castanhas, azeitonas, maçãs, diospiros, peras, alfaces, couves, cenouras e marigadas por entre sacos de gradura e frascos de mel.

Mais à frente, a natureza deu lugar à tecnologia, com carros telecomandados, cavalos a pilhas a correr em círculo, carregadores de telemóveis e flores em tecidos de todas as cores. Na banca dos DVD’s os grandes clássicos partilhavam o chão com todas as classes de filme, numa exposição para toda a família. Era possível comprar o mais recente DVD dos Pink Floyd juntamente com o Noddy e “Maduras Insaciáveis”, os 3 por 5 euros.

Aqui ainda se ouvia o vendedor de lençóis a dizer: “- Leva ali dois retalhos que custaram 10 ou 15 euros e ainda vai contente! O povo não tem juízo!”

 

À entrada do recinto da feira propriamente dito, esperava-nos um artista armado de moto-serra, que esculpia belas escultura em pedaços de tronco de pinheiro, com 1 metro de comprimento e outro tanto de diâmetro. Percebi que estava a esculpir a cabeça de um leão e uma bola de futebol, por isso acelerei o passo.

Subi por uma “alameda” de tractores. Havia máquinas para fazer perder a cabaça a qualquer agricultor. Até eu, sem o ser, desejei passear-me numa bomba daquelas. Depois das barracas com produtos regionais de todos os géneros como bordados, fumeiro, doces ou cestos, encontrei o que procurava: uma grande tenda restaurante. Bem sei! Bem sei! Para ser sincero não encontrei nenhuma daquelas barraquinhas do género das que já vira na Nossa Senhora da Assunção ou no S. Ambrósio. Mais tarde vim a encontrar duas ali por detrás dos potes da aguardente.

Entrei na grande barraca, (chamava-se Tasquinha!) estava lotada. Por sorte (ou não) alguns brunhosenses já tinham marcado os lugares por entre feirantes de tez escura, vendedores de máquinas agrícolas e outros profissionais mais distintos que se passeavam pela tarde de Domingo. Como nenhum de nós era pestinheiro, decidimos pelo que de  mais tradicional havia e não ficámos só por um prato. Começámos com a tradicional marrã acompanhada com batata a murro e nabiças regadas com um bom azeite. Depois, fizemos um bom desfalque no bulho, orelha e presunto cozido com casulas. Por fim, já pouca vontade tínhamos para o rodião. Chama-se a isto ter mais olhos do que barriga. Mesmo assim, ainda tive forças para um bolo de cenoura e não resisti a provar da sobremesa de quem estava à minha frente, queijo fresco com doce de cabaça.

 

A tarde já estava adiantada e havia muito movimento na preparação do “I Encontro de Pauliteiros dos Gorazes”. Nunca tinha visto tanto pauliteiro com calças, apesar de haver vários grupos femininos!
Procurei uma posição a modos para a minha reportagem fotográfica. Azar, o espaço era pequeno, o palco mudou de sítio e eu fiquei “fora de jogo”. Desfilaram vários grupos. Reconheci o Grupo de Pauliteiras de Bemposta, o Grupo de Pauliteiras de Valecerto, o Grupo de Pauliteiros de Mogadouro, o Grupo de Pauliteiros de Azinhoso e o Grupo de Pauliteiros de Palaçoulo.

O espaço para o desenvolvimento da dança era pequeno, o público não tinha possibilidades de ver e muitos foram embora. A organização devia ter dado mais dignidade a este espectáculo que é, a meu ver, pela alegria, pela música e pelo colorido que empresta a qualquer festa, fora de série.

Aprecio essencialmente o visual e a ocasião era fantástica não fora o palco no chão rodeado de gente que não se queria afastar nem meio metro. Depois de muitas Campanitas de Toledo e Assaltos ao Castelo o espectáculo chegou ao fim. Notaram-se alguns adeptos mais entusiastas dos Pauliteiros de Palaçoulo. Também gostei do seu ritmo, alegria, e, sobretudo, confiança, que parecia faltar a alguns grupos que se apresentaram.

Ainda tive tempo para dar mais alguns passeios pelo interior do pavilhão e pelas ruas da vila por onde se estendia a feira. Encontrei uma área com carnes, queijos e enchidos com pouquíssimos clientes. Na rua onde se estendiam os sapateiros, a azáfama de meter tudo nas caixas já era muita.

Cheguei ao fim. Não vi a Romana (actuou ontem), mas vi muitos conhecidos e amigos. Não sei se é assim a Feira do Gorazes mas esta foi a forma como senti a minha primeira ida a esta feira.

Textos e Fotografias de Xo_oX

15 de Outubro de 2006

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